terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pescaria na Pousada Mantega

Pousada Mantega - Trairão Top Team




Pescaria realizada com a família Trairão Top Team nos mêses de Janeiro e Fevereiro de 2011 no rio Teles Pires - Pousada Mantega.

A aventura iniciou-se no dia 27/01/2011 ainda na cidade de São Paulo quando dois amigos e integrantes da família Trairão Top Team (David "Trairinha" e Robson, o "Robinho"), pegaram a Marginal Tietê em direção ao Aeroporto de Guarulhos-SP com vôo marcado logo pela manhã com escala em Brasília-DF e destino final Alta Floresta-MT,  onde lá iríamos encontrar o Marcão da Pousada Mantega. Depois de muito tempo de vôo, uma escala interminável e preocupante devido a possível perda de bagagens na escala em Brasília, chegávamos a cidade de Alta Floresta, onde lá o Ônibus da Pousada Mantega nos aguardava juntamente com o Marcão que nos recebeu com o maior entusiasmo e satisfação.



Sabíamos que ali começava o que tanto sonhávamos, visto que a Pousada Mantega é um sonho para todo e qualquer pescador esportivo que um dia sonha em pegar peixes enormes e ter a possibilidade de enfrentar o maior peixe de água doce, a Piraíba.
Seguimos direto para um Tour na cidade de Alta Floresta onde o Marcão nos mostrou toda a infraestrutura da mesma, nos explicou sobre seu plano diretor, que preza o baixo índice de acidentes devido a poucos cruzamentos e uma total organização das ruas e acessos, diferentemente das cidades grandes que estamos acostumados. Chegando ao Floresta Amazônia Hotel, fomos apresentados ao nosso quarto onde ali ficaríamos aguardando o restante da família Trairão que estavam com horários marcados para o fim da tarde, início da noite para chegarem. Como também somos filhos de Deus e já que estávamos iniciando uma da que seria a mais bruta das pescarias já realizadas pela turma, resolvemos abrir uma garrafa de um querido velho amigo Red Label que o nosso parceiro Robinho levou na mala de viagem. Pegamos uma piscininha, que por sinal muito boa, visto que também estávamos sozinhos na pousada, e esperamos ali as horas passarem.


No cair do dia, fomos convidados pelo nosso companheiro Marcão a comer uma "senhora" picanha na chapa, servida por um dos restaurantes mais conhecidos cidade, onde alí aguardaríamos o avião da turma chegar para recepcioná-los, leva-los ao pequeno Tour na cidade e depois de uma tão sagrada Brahma com uma deliciosa picanha, direto ao Hotel. E foi assim, ficamos ali jogando conversa fora e matando a ansiedade com perguntas sobre a pescaria para o nosso "Guia" e companheiro Marcão.


Com a chegada de nossos companheiros, sendo eles Mario (Trairão), Sr. Alvaro, Diogo (Dioguera), Luquinhas (Linha Viada), Sr. Baltazar, Thiago, Rafael, Etelvino, Carlinhos (Carbwel), Thiago (Filho Carlinhos), Julião (Padre), Sr Joaquim (Algodão Doce) e Helinho, a turma estava completa. Passamos parte da noite petiscando e jogando conversa fora, tentando descontrair e esquecer daquele sensação boa, mas que estava nos "matando" de tanta ansiedade e vontade de amanhecer logo para pegarmos o avião para irmos de encontro com a tão sonhada e desejada Pousada Mantega (Só de lembrar, a vontade de voltar é inexplicável!). Passaram-se as horas e a tão chegada hora de dormir tinha chegado para alguns, já para outros a vontade de um baralhinho e de umas cervejinhas era maior que o sono que insistia em bater mas era ignorado pela ansiedade e felicidades de todos.




O grande dia, assim foi como a turma definiu o tão sonhado momento de irmos em direção ao aeroporto para pegarmos os "terríveis" e não tão esperados monomotores, mas necessários, visto que somente eles poderiam nos levar ao tão sonhado "Lar dos Gigantes".


Após intermináveis 1hora e aproximadamente 40 minutos de vôo, chegamos a pista de pouso da Pousada Mantega, debaixo de alguns pingos de chuva, visto que estávamos lá na época da cheia, meses de dezembro a março, tempo esse excelente para a captura de grandes peixes de couro devido as cheias. Não atentos aos conselhos do nosso amigo Vadão (gerente da pousada), não levamos ou passamos repelentes contra os temidos "Piuns" que encontram-se na região do Teles Pires, os quais nos atacaram logo na chegada ao aeroporto nos dando as boas vindas a pousada. Eu (Trairinha), foi quem mais sofreu devido a alergia de insetos! Mas, tudo tranquilo, pomada nelas e antibióticos pra dentro pra matar as coceiras...
Adentramos a pousada, onde fomos muito bem recebidos pelos funcionários que lá trabalham, com atenção especial ao Vadão, que nos recebeu e nos levou direto para conhecermos nossos aposentos que iriam nos abrigar e recarregar nossas baterias por mais 5 dias inteiros de pesca com os brutos do Teles Pires. Escolhemos nossos quartos, nos acomodamos de forma rápida para conhecermos a estrutura da pousada, e logo estávamos no salão principal petiscando porções maravilhosas de tudo que se possa imaginar, com refrigerantes, águas, cervejas, sucos, cachaças da região e diversas outras coisas mais que estavam a nossa disposição a qualquer hora do dia.
Fotos, quadros, histórias para serem contadas, tudo e todos na pousadas tinham histórias pra contar, lugar esse repleto de troféus e lembranças nas paredes que muitos pescadores carregam e carregarão consigo pelo resto de suas vidas, desde batalhas travadas com gigantes à belezas deslumbrantes daquela região que ainda estávamos para conhecer e descobrir.


Noite chegando, todos com a ansiedade e a vontade de pescar a flor da pele, nos restava apenas arrumar as tralhas, tirarmos uma soneca, para acordarmos cheios de energia, podendo assim encarar aquele tão sonhado momento, o primeiro dia de pesca no Rio Teles Pires.
Primeiro dia de pesca, turma cedinho tomando o café reforçado da pousada, alguns fazendo um "lanchinho" reforçado, outros apenas café e muitos pãezinhos no bolso para ir direto ao rio, píer repleto de pescadores cheios de vontade de sair com as voadeiras "rasgando"em direção aos pontos de pesca.
No final do dia, todos de volta a pousada, muitos peixes na linha, com histórias de alguns pequenos monstros de pesos variados na ponta da vara, mal sabendo o que ainda nos esperava no decorrer dos outros dias, estávamos radiantes em meio a uma quantidade de batalhas das quais não estávamos acostumados a enfrentar em nossas corriqueiras  pescarias. Alguns com peixes maiores, já sentindo o poder dos "monstros" da região, outros com histórias de peixes esportivos como tambaquis, bicudas, cachorras, corvinas, tucunarés, trairões entre outros faziam inveja aos que tentaram apenas os gigantes nesse primeiro dia de pesca. Segue abaixo algumas fotos:







Lá se ia o primeiro dia de pesca, mas outros quatro ainda estavam por vir. A noite caiu, todos subiram, tomaram seu banho e logo desceram para saborearmos juntos outro jantar maravilhoso e incomparável como o da Pousada Mantega. Pratos caprichados, com muita variedade e de primeira qualidade eram servidos toda noite para a turma. Provamos um filé espetacular, o qual foi repetido durante outros 2 dias a pedido de muitos, inclusive eu e nosso querido amigo Julião (Padre), que também ficou encantado com nosso menu. Após o jantar, assistíamos a uma TV, alguns reorganizavam a tralha para o dia seguinte, eu separava os vídeos que foram gravados no decorrer da pescaria juntamente com as fotos de todos da turma, e por final, baterias carregando para o dia seguinte e "bora" dormir para encararmos os dias que ainda estavam por vir.
Novos dias chegavam, os braços começavam a mostrar sinais de cansaço, afinal a briga com peixes de couro não é brincadeira, mas o ânimo e a vontade, jamais deixavam com que os pecadores se abatessem por pequenas dores ou hematomas causados pelas brigas com os brutos. "Bora pra água que os monstros nos esperam" e assim os dias seguintes eram repletos de ações de diversos tipos com puxadas, saltos e shows a parte de cada modalidade e tipo de pesca. Conhecemos também o posto avançado da pousada que ficava em um local privilegiado na parte mais baixa do rio, ponto esse estratégico para a pesca noturna onde alguns dos nossos parceiros passaram parte da noite tentando travar brigas com mais alguns gigantes que naquele rio habitam.
Muitos peixes foram engatados no decorrer dos 5 dias de pesca, não esquecendo de citar pescarias emocionantes como a do Tambaqui, Pirapitinga, tambacús entre outros que eram realizadas em pontos específicos, onde os cajueiros depositam suas frutas sobre a superfície da água com resultados de explosões enormes em nossas linhas. Explosões essas, que nosso amigo e parceiro Mario Takamoto sentiu na pele ao ver seus 150m de linha multifilamento irem embora sem sequer uma recolhida na carretilha, devido a força descomunal do peixe que ele havia engatado. Vejam a seguir o vídeo onde ele tenta de qualquer maneira lutar contra aquele "mostro" do qual não vimos nem a cor de seu dorso.


Presenciei outra bela pegada onde o peixe abocanhou o caju, botou a linha nas costas e saiu em disparada no sentido contrário ao barco. Foi nessa hora que nosso experiente guia de pesca (Ney), ligou o motor e puxou-o para o meio do rio, possibilitando assim uma briga limpa. Olhando para esse peixe, que não é dos pequenos, podemos ter uma leve noção de qual seria o tamanho do peixe que levou toda a linha do Mario embora.


                              

Nesse local, algumas vezes costumávamos engatar também outros tipos de peixes, como "Jaú de Loca", Jundiás, barbados, entre outros devido a fartura de frutas que caem no local.
Muitas experiências foram vividas pela turma, como por exemplo a pesca de Tucunarés na Lagoa Azul, localizada próximo ao Flutuante conhecido como "Posto Avançado". Apesar de estarmos na cheia, a pesca do Tucunaré foi muito produtiva. Nela, também, pudemos sentir e presenciar não só o poder da natureza mas também o potencial da região, devido a distância de grandes cidades e do ser humano, que até o momento não agride com desmatamentos e poluem as águas com tanta frequência. Segue abaixo algumas fotos do local.








Não foram Tucunarés de grande porte, mas pela quantidade e pela beleza dos peixes engatados em poucas horas da manhã daquele dia, já valeu muito a pena a tentativa e insistência nessa espécie. Além da Lagoa Azul, também presenciamos outros espetáculos da natureza, mas tamanha a violência das águas na região devido a cheia, que as vezes caíamos na real e notávamos o perigo daquelas águas. Veja abaixo algumas fotos da 7ª queda da qual pescamos em suas proximidades em determinados dias.


E assim nossos dias passavam, além de muitas paisagens e belezas incomparáveis pela piscosidade desse rio,   muitos peixes eram capturados e devolvidos ao seu Habitat natural, afinal, a turma Trairão Top Team é totalmente a favor e praticante da pesca esportiva. Pratica essa, que nos foi presenteada com peixes enormes que mostrarei a seguir em fotos tiradas pelas duplas e parceiros que lá estavam.
Primeiramente, podemos falar do Sr. Baltazar e seu filho Luquinhas ("Linha Viada"..risos!!), que iniciaram a captura dos monstros de água doce com uma bela Piraíba de aproximadamente 80kg e 1,80m de comprimento, a qual quase o arrastou para dentro da água com equipamento e tudo. Após quase 1 hora de briga rio abaixo, ela foi colocada no barco para as fotos e logo em seguida, devolvida a água para que proporcione novas emoções a outros pescadores que por lá passarão.




Essa, com certeza, ficará em nossa memória, afinal, uma grande parceria entre pai e filho, merece um peixe desse para selar essa amizade e o amor entre esses dois parceiros inseparáveis. Parabéns!! Outros gigantes também vieram para todos, entre eles outro monstro capturado e solto pelo nosso barco (Mario Trairão e eu Trairinha), onde meu parceiro provou que até dormindo ele pega peixe grande! E foi assim que aconteceu, em uma de várias paradas para um descanso embaixo de uma sombrinha as beiras do Rio Teles Pires, uma puxada fez com que meu parceiro acordasse e constatasse que não era mais uma de minhas brincadeiras de puxar sua linha enquanto dormia, mas sim, o maior peixe de sua vida e da minha também, uma Piraíba de aproximadamente 90kg e 1,90m de comprimento! Um monstro merecido por esse veterano. Após quase outras 1 hora de briga e aproximadamente 1 km de rio abaixo, a "fera" foi colocada no barco para ser fotografada. Após fotografada, ela não deixou barato pelo "piercing" colocado em sua boca e acertou nosso parceiro de cheio durante a sessão de fotos (risos...). Essa, graças ao nosso "camera men" do momento Robinho, foi filmada e em seguida será mostrada para todos em um curto vídeo merecedor da melhor "cacetada" já filmada de nossas pescarias, nomeada como "A revolta da Piraíba".



Além desse presente que foi dado ao nosso amigo e parceiro Mario Takamoto, a turma também fez uma homenagem a ele com direito a uma placa com alguns dizeres firmando a grande admiração que todos temos por ele e pela nossa amizade. Após a leitura e ao agradecimento pela homenagem, todos jantamos e nos recolhemos para continuarmos a pescaria no dia seguinte.


Outros gigantes foram pegos em diversos pontos do rio, cujos locais, fiz questão de marcar em mapas cujas localizações foram resgatadas mediante a lembranças e fotos que tiramos. Em seguida, segue mapeamento das áreas e mais alguns "peixinhos" dos quais me refiro.






Último dia de pescaria e todos estávamos "pedindo água", ou melhor, "pedindo cerveja", pois os braços já não respondiam mais a todas essas batalhas travadas com esses "brutos" vistos nas fotos acima. E para fechar essa pescaria, com essa turma maravilhosa, não podemos deixar de mencionar e identificar o local onde foi feita a reunião final, o chamado "Bar Molhado", onde a turma se reúne 1 hora antes do término da pescaria para comemorar e agradecer pela oportunidade que Deus nos deu para realizarmos com saúde,  alegria e segurança essa outra grande pescaria que ficará marcada pelas nossas vidas, nos dando assim, muitas histórias para contar com provas fotográficas e filmadas dessa e de outras aventuras ocorridas em partes da Floresta Amazônica.


Após nossa reunião em meio ao Rio Teles Pires, todos retornamos juntos a Pousada Mantega para fecharmos com chave de ouro essa grande pescaria, onde cada um de seu barco, apreciava as belezas daquela região, lembrando do dia em que chegamos e lamentando o dia em que estaremos partindo.
Nessa pescaria, fica a lembrança de um lugar rico pela sua fauna e flora, como também a incerteza de daqui a alguns anos, retornarmos para esse local preservado e o encontrarmos dessa mesma forma devido a projetos de Usinas Hidrelétricas que já estão em desenvolvimento para essa região, trazendo a destruição dessa natureza linda e intocada até hoje pelo homem.

Após uma noite de muito descanso, acordamos cedo para nos despedirmos da Pousada, dos nossos Guias e de toda a Turma da Pousada Mantega, que nos receberam e nos trataram com a maior competência digna de uma das melhores pousadas de pesca esportiva do País. Deixamos aqui nossos agradecimentos a todos que participaram e que fizeram com que essa pescaria acontecesse da melhor forma possível, como também ao nosso comandante que nos fez presenciar um lindo rasante pelo coração da Floresta Amazônica em meio ao Rio Teles Pires. Segue os vídeos abaixo dessa aventura.